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Cap. 147

Do lado de fora, após os tiros vindos do celeiro (e dos tiros e gritos vindos de dentro da casa), os cinco invasores que restam procuram se proteger atrás de uma velha carroça quase toda desmontada.

Procurando uma melhor posição para acertar os homens de branco em meio a tanta chuva, Wayne acaba por escorregar em uma viga molhada, caindo sobre os cavalos que assustados, atingem com coices a porta do celeiro e saem em disparada.

Com o corpo todo doendo, o xerife só consegue erguer a cabeça o suficiente para ver que os vultos brancos se aproximam.

Ele tateia o chão procurando sentir suas armas, mas não tem sucesso.

— Ei! Esse filho de uma égua é branco! – espanta-se um dos encapuzados.

— Se atirou em nóis, vai morrê qui nem os prêto. – responde outro.

Os cinco homens preparam suas armas. Wayne tenta se levantar, mas uma dor pior que chifrada de vaca furibunda sobe por suas costas, travando até a sua língua.

Sem conseguir se levantar, nem mesmo rastejar, só resta ao xerife torcer por um tiro certeiro que acabe logo com esse inferno.

A pior parte é esperar pelos tiros. Na verdade, a pior parte é não poder culpar o maldito Augustus por isso. Se bem que, Wayne percebe que só foi até o ferreiro porque sua estrela derreteu no incêndio do circo. Aliás, circo para o qual foi arrastado apenas porque pensaram que ele fosse amigo de... Augustus.

“Sim!”, pensa o xerife, “A culpa é daquele esterco de cobra manca.”

Pronto! O xerife Wayne já está preparado para deixar este mundo com um sorriso no rosto e a esperança de encontrar Augustus novamente no inferno para sua vingança.

Porém, nem bem os encapuzados chegam ao celeiro, a porta da casa se abre e um grito tribal chama a atenção de todos. Em meio à cortina de água que vem do céu, uma figura se move rapidamente entre os invasores, girando uma lança com ponta de ferro.

Dentro da casa, Celeste avisa Josiah e as duas jovens: — Vão lá, atrás do doido do seu pai. Ele fica querendo impressionar a visita e vai acabar pegando um resfriado com essa chuva toda.
 

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